Vou assim desenhando nas nuvens
Vou assim... Desenhando nas nuvens As formas de te ver no meu céu Traço carruagens Pontes, estradas... Um laço... Um nó Que vão se desmanchando, E pouco a pouco me deixam só... Com o céu limpo sem nuvens, sol, estrelas ou lua... Só o espaço vazio, A pele nua... Um coração arredio, A boca seca e na garganta um nó, Pois tu acendeste em mim o pavio D'um fogo que de mim toma conta... Enquanto que você nem se dá conta De que já sou tua. O querer é assim... É muda que no peito brota E quanto mais cresce mais nos torna muda Pois meu amor é flor murcha Se acaso tu não nota, Que cada nota do meu cantar É teu nome que denota O rimo e "desrimo" de meu ritmar... Meu coração é feito canteiro Que canta para o mundo inteiro Como é triste o meu amar... Pois sem você minha flor Tudo é tão pálido, incolor... Só existe espaços vazios e despudor. Sigo criando caminhos para encontrar você E em meus braços não ter mais espaços, Enfim ter você... E meu corpo livre sem arreios No teu corpo entrelaçar Tal quais as raízes do tempo Que nem por um momento Fazem-me em ti não pensar.